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ABHU TsIMA 'WARA
aldeia são brás / T.I. SÃO MARCOS
*vídeo da nascente na aldeia




um pouco da história
proposta do projeto
Neste projeto buscamos possibilidades de maior autonomia para a comunidade da aldeia São Brás no que diz respeito à água e ao alimento. Além disso, com os passos dados na sua execução, mais à frente teremos a formação de cadeias produtivas. Ao buscar soluções imediatas procuramos construir também outras oportunidades a médio e longo prazo:
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Instalação do sistema de bombemanento de água do rio, por roda d’água, enquanto se aguarda a perfuração de um poço artesiano, já prometido pelo órgão competente. A longo prazo, trabalhamos pela maior vida útil da nascente. A água bombeada do rio sempre poderá apoiar a irrigação local.
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Construção de cacimbas, ou barraginhas, para infiltração das águas das chuvas, enquanto se aguarda o crescimento dos buritis e outras árvores no fortalecimento da reserva úmida da área de recarga da nascente.
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Plantio agroflorestal com produtos de roça e hortaliças, ou seja, alimento de ciclo curto, em paralelo ao crescimento das árvores produtivas, como Pequi, Baru, Jatobá, Abacate, Banana, Cítricos e outras.
Sempre que facilitamos o acesso a alimento e água de melhor qualidade estamos atuando direta e positivamente no ritmo de vida das mulheres e crianças xavante.
Importante, para proteger da queima todas essas iniciativas foi construído um aceiro com mais de 7000m, que circunda a área de recarga das nascentes, as áreas de plantio, as casas e o entorno, provendo condições para que o fogo, que arde na queima do cerrado para caça xavante, não ingresse a área trabalhada.
Além disso, como apoio aos plantios regenerativos e também como possível geração de renda futura para a aldeia, construímos um viveiro e priorizamos a formação de mudas de buriti, palmeira essencial na cultura xavante – como alimento, uso nas cerimônias, fibra para artesanato e material de construção –, e também fundamental para a recuperação das áreas úmidas.
O projeto foi financiado pelo Programa REDD Early Movers Mato Grosso (REM MT) e contou com parcerias com a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e com a Coordenação Regional Xavante da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI/CR Xavante).
















atividade 1
PLANTIO BIODIVERSO
Além das árvores plantadas, do sistema agroflorestal próximo à aldeia e da roça fortalecidos, da possibilidade da produção contínua de mudas no viveiro, da construção de cadeias produtivas que estarão disponíveis em poucos anos e além das áreas irrigadas, temos a conscientização da comunidade em relação à necessidade de cuidado com a água, com o solo e com o território. Esse talvez seja um dos resultados mais importantes do projeto.
Plantamos: Mais de 4000 mudas de arbóreas | Mais de 1500 sementes de buriti e quase 3000 semeadas em viveiro | Mais de 100 berços de mamão | Mais de 700 berços de hortaliças |
atividade 2
ACEIRO
3500m abertos com a retroescavadeira na mata, mais 2900m de trecho patrolável, mais 800 metros a serem gradeados pela aldeia. A participação direta de membros da aldeia e, em certos momentos, de toda a comunidade, no planejamento, acompanhamento da execução, gradeamento e limpeza dos aceiros fez surgir neles a percepção de pertencimento, algo que eles ajudaram a construir e lhes pertence. Isso é fundamental para o protagonismo da comunidade no desenvolvimento das atividades.


















atividade 3
Abastecimento de água
Instalações de bombeamento e de irrigação finalizadas, com participação de membros da aldeia em todas as etapas, o que lhes traz possibilidade de, a qualquer momento, darem manutenção no sistema.
Balsa flutuante com bomba e roda d’água | Mais de 400 metros de distância, mais de 40 metros de altura | 15.000 litros em reservatório | Rio com dinâmica acelerada de cheias e vazantes | 2000 m de irrigação por gotejamento
atividade 4
construção do viveiro
Essa atividade despertou na aldeia um sentido maior de cuidado com as plantas. Foi muito instrutiva a possibilidade de germinarem a semente e seguirem a germinação, gerando mudas fortes de uma planta tão importante para eles, como seja o buriti, parte integrante de rituais e da tradição. Além disso, a produção de mudas pode se converter futuramente em geração de renda para a aldeia e benefício para todo o território.
135m2 de viveiro construído pela aldeia | Mais de 400 mudas de buriti produzidas | Quase 3000 semeados em viveiro
















local de atuação
aldeia são brás
A aldeia São Brás foi fundada em 2016 por iniciativa de Cirino Hi’a’u Urebété e Raimundo Urebété, na tentativa de construir uma vida melhor para sua comunidade e novas possibilidades de futuro para as crianças. Na parte dos cultivos, nos anos inciais a aldeia concentrou-se na mandioca e outros produtos de roça
Alguns membros da aldeia estão em busca de soluções mais sustentáveis para as questões básicas na comunidade e para fortalecer suas práticas tradicionais. Para isso, desde 2019 contam com Flor de Ibez que, por meio de formações, vivências, oficinas e mutirões, traz temas de suma importância como a soberania alimentar por meio da agricultura regenerativa, resgate de espécies alimentícias tradicionais e plantas ligadas às práticas culturais, o reflorestamento, a criação de solo fértil, a restauração do ciclo das águas e fortalecimento das nascentes.

